Indiferença é uma dor que se concentra e se propaga. Concentra no peito, aperta, sufoca; propaga na alma, amarga, entristece. E sendo o contrário de amar, será também oposto de angústia, ansiedade, saudade. A indiferença é um paradoxal sentimento, pois que sente não é o agente, mas o objeto.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Sobre a arte e a vida
Rir e pensar, envolver-se ou devanear... Todo tipo de arte proporciona experiências sensoriais, cognitivas, socias, metafísicas, tão diversas quanto complexas. A forma com que certa manifestação artística toca um Ser relaciona-se intimamente com o seu ser. Suas vivências, conexões, seu barro. Barro molhado, moldável, mas de matéria definida. E a sétima arte alcança o meu ser, quase como um livro. Concentração, preparação, momento onde um instante perdido determina a crítica final. Duelos épicos, dramas suburbanos, histórias rasas pinceladas de doçura... Sempre me instigam o texto e o contexto, entrelaçados ficção e fatos que em muito assemelham-se à nossa própria vida (ou àquela que desejamos). Inevitável depois a citação sem fonte, apropriação pela identificação mais que pela intenção de usurpar propriedade intelectual alheia. Uma comédia despretensiosa ofereceu-me recentemente um profundo sentimento de unidade e pertencimento, e no dia de hoje a vida tristemente imitou a arte. Meu sentimento se traduz nas palavras de Dona Hermínia:
"Quando uma mãe perde um filho, todas as mães do mundo perdem um pouquinho dele também".
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